As notícias sobre o derretimento de geleiras aparecem o tempo todo. E de acordo com o Centro Nacional de Neve e Gelo, a cobertura de gelo marinho espalhada pelo Oceano Ártico encolheu para o segundo nível mais baixo desde que um satélite começou a monitorar, em 1979.
As áreas do Ártico, que tem pelo menos 15% de gelo marinho, totalizaram 2,7 milhões de quilômetros quadrados, ligeiramente acima do recorde de baixa de 2,59 milhões de quilômetros quadrados registrados em 2007.
O que ainda deve ser determinado é se essa relatada cobertura do gelo marinho será a mais baixo do ano, já que os mínimos anuais são geralmente alcançados em meados de setembro.
De acordo com pesquisadores, a cobertura de gelo pode diminuir por conta de seu derretimento ou de ventos, ou de ambos. No entanto, algumas áreas, incluindo as mais próximas ao Pólo Norte, foram mostrando sinais de crescimento do gelo.
Provavelmente há um pouco das duas coisas acontecendo – derretimento e recongelamento. Porém, uma outra instituição de pesquisa informou que a cobertura deste ano foi a mais baixa no registro. Um relatório divulgado pela Universidade de Bremen, na Alemanha, afirmou que a cobertura do gelo marinho ficou abaixo de 2007.
Independente da medida, o fato é que a cobertura de gelo do Ártico tem diminuído drasticamente nas últimas décadas. A cobertura medida pelo Centro Nacional foi apenas dois terços da cobertura média medida de 1979 a 2000.
Acredita-se que a redução do gelo do mar deve ter impactos em cascata sobre o clima no norte polar e latitudes ainda mais baixas. De acordo com algumas pesquisas, os moradores no sudoeste do Alasca já estão vivendo alguns desses efeitos.
O estudo examinou as observações de moradores mais velhos em duas aldeias da região. Eles relataram com detalhes mudanças drásticas ao longo dos anos na espessura do gelo do rio, um risco à segurança pública, pois sem estradas entre as aldeias os moradores precisam fazer viagens de inverno sobre o gelo do rio.
Os moradores também testemunharam mudanças para vários animais, particularmente para alces e castores, mudanças na vegetação e uma menor disponibilidade de troncos que costumavam ser empurrados por correntes poderosas de água de degelo da primavera. Com o gelo do rio reduzido, o degelo na primavera é menos poderoso do que era no passado.
Muitos estudos sobre as mudanças do clima estão sendo realizados em larga escala e há uma dose de incerteza a respeito de como as mudanças climáticas terão impacto em regiões específicas. Se o perigo é grande ou pequeno não se sabe, o fato é que é preciso ficar de olho.
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