segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Remédios Vencidos... Como Descartar???

   Em todos os medicamentos há diversas substâncias químicas que podem contaminar o solo, fauna, flora, água, a própria saúde humana, e por causa disso, não devem ser descartados no lixo comum. O descarte incorreto dessas substâncias é quase um “crime” ambiental. O termo “crime ambiental” é apenas um desabafo, pois isso não é realmente considerado um crime pelos órgãos que deveriam ser “competentes”.
   Infelizmente não existem postos de coletas, e a maior parte da população não sabe como descartar corretamente, então, acabam jogando esses remédios em lixo comum.
   Por causa das diversas enfermidades, toda a população utiliza uma grande variedade de tipos diversos de remédios, só que na maioria das vezes sempre acaba sobrando alguns comprimidos nas caixas, xarope nos vidros e até ampolas de injeção. Tudo isso fica guardado nos armários até perder a validade. E o que fazer com eles então?
   De acordo com um estudo da Faculdade Oswaldo Cruz, sete a cada dez consumidores jogam os remédios no lixo comum, o que é uma atitude perigosa, pois resíduos de medicamentos podem contaminar o solo e a água quando descartados incorretamente.
   Algumas pessoas questionam a possibilidade de devolver nas farmácias ou entregá-los em uma Unidade Básica de Saúde, mas, segundo Luiz Carlos da Fonseca e Silva, médico e especialista em Vigilância Sanitária da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), diz que o consumidor não pode devolver os remédios para as drogarias e farmácias. “As drogarias e farmácias não têm obrigação legal para aceitá-los e, além disso, haveria risco de comercialização indevida do produto”, afirma. Quando questionado, sobre o que fazer para resolver o problema do descarte dos remédios vencidos, diz que a Agência faz parte do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. “É um órgão regulador e a fiscalização fica sob responsabilidade das vigilâncias sanitárias dos estados, municípios e do Distrito Federal. As normas existentes dizem respeito aos estabelecimentos de serviços de saúde; ainda não foram editadas normas que abranjam o consumidor final com relação ao descarte de medicamentos.”
   O médico informa que “estados e municípios têm autonomia para legislação própria, desde que não contrariem as normas federais. Caso existam legislações estaduais e municipais, as mesmas devem ser observadas”. E acrescenta, “os riscos dos itens descartados devem ser sempre analisados. No caso de medicamentos, devem ser avaliados os riscos existentes nos princípios ativos dos mesmos, levando-se ainda em consideração a quantidade que está sendo descartada, a forma farmacêutica e os possíveis danos ambientais decorrentes do descarte dos mesmos”.
   É impressionante como um assunto tão sério e tão urgente não tenha uma solução única e imediata, com leis e normas federais para que fossem obrigadas a serem cumpridas.
   Nas cidades brasileiras, não existe um sistema de coleta específico para medicamentos. Uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), obriga os fabricantes a receberem os produtos de volta, mas o ideal é consultar o sistema de atendimento da empresa. As embalagens de vidro e plástico podem ser descartadas como qualquer outra: lave o recipiente e faça a separação.
   Uma maneira para diminuir a quantidade de medicamentos a serem descartados, é a compra de remédios fracionados, isto é, comprar somente a quantidade necessária ao uso, o que evita o acúmulo desnecessário. A prática é pouco comum entre as farmácias.     
   Uma das alternativas para evitar o descarte de medicamentos no lixo comum e na rede de esgoto seria a criação de pontos para coleta dos remédios vencidos para que sejam encaminhados para o descarte adequado. Deveriam ser recolhidos por uma empresa especializada e incinerados.
   Em Porto alegre existem estabelecimentos que fazem o recolhimento de medicamentos para serem descartados de forma correta. Embora ainda não haja normas para este tipo de serviço, algumas farmácias e postos de saúde prestam este serviço à população numa atitude de tentar amenizar os problemas causados pelos fármacos ao meio ambiente.
   Em outros países, uma solução foram as caixas de aço que servem para o descarte dos medicamentos, que lembram as antigas caixas de correspondência dos correios. Nessas caixas apenas há uma abertura na parte superior para serem despejadas as caixas dos medicamentos sem alternativas para acesso aos medicamentos já depositados. O acesso restrito ao conteúdo da caixa somente se dá para a empresa responsável pelo destino final do medicamento. Essas caixas de descartes costumam ser disponibilizadas nos departamentos policiais e universidades.
   Como ainda não há leis federais par este assunto, e pelo jeito não terá tão cedo, o que podemos fazer é cobrar dos responsáveis dos nossos municípios uma atitude imediata, pois o risco de contaminação pelo descarte incorreto é um fato real, e que prejudica imensamente o “nosso” meio ambiente. Através de pequenas atitudes podemos ter grandes soluções. Pensem nisso, é mais sério do que se imagina.


Fontes: planetasustentavel.abril.com.br; pfarma.com.br; g1.globo.com; saúde.hagah.com.br

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